Humana é um projeto de investigação, iniciado por pesquisadores da Escola-de-Redes, sobre uma nova teoria interativista da aprendizagem. No site –
http://humana.social – você encontrará gratuitamente artigos sobre inovação em educação, sobretudo a partir da visão interativista (da aprendizagem tipicamente humana), cursos sobre as aplicações dessa visão e uma comunidade de investigação que está trabalhando no desenvolvimento da nova teoria. Se você quiser ser mais um pesquisador associado, leia o texto abaixo.
O QUE É A COMUNIDADE DE INVESTIGAÇÃO
O objetivo é conectar pesquisadores que possam interagir para desenvolver uma teoria interativista da aprendizagem. Há um ponto de partida: uma visão interativista que foi elaborada por pesquisadores da Escola-de-Redes. Mas é apenas uma hipótese de trabalho que pode ser modificada pela interação dos pesquisadores aqui associados.
Como não se pode separar investigação de aprendizagem, esta comunidade também é uma comunidade de aprendizagem. Veja a seguir qual é a proposta metodológica inicial (que depois poderá ser alterada no percurso da investigação).
A comunidade de investigação é permanente. Uma vez que uma pessoa está associada, ela pode interagir em todas as iniciativas. As iniciativas terão sempre como foco o desenvolvimento da visão – e a construção da teoria – interativista da aprendizagem. As iniciativas não estão predeterminadas: dependem do que rolar na interação.
Porém a primeira iniciativa, que tem como objetivo desencadear o processo criativo, já está proposta.
Este é um processo de aprendizagem-investigação. Isso significa ensejar condições de aprendizagem na (e a partir da) investigação. A investigação tem como pauta inicial proposta um conjunto de fundamentos, já formulados, da visão interativista de aprendizagem. São hipóteses que devem ser desenvolvidas – corroboradas ou questionadas – pela interação da comunidade de investigação. Estas hipóteses são:
01 – A aprendizagem é um processo interativo.
02 – Somente redes podem aprender.
03 – A aprendizagem ocorre em seres vivos (organismos, partes de organismos e ecossistemas) e em redes de seres vivos (conjuntos de seres vivos em interação), em redes de seres não-vivos (capazes de interagir) e em seres sociais (pessoas ou redes de pessoas).
04 – O animal humano (o indivíduo da espécie Homo Sapiens) pode aprender por meio de processos que são comuns aos seres vivos. Esses processos são interativos (não-instrutivos).
05 – Os seres humanos podem aprender por meio de processos que não são comuns aos seres vivos, mas que ocorrem apenas entre humanos: esta é a aprendizagem tipicamente humana.
06 – Na aprendizagem tipicamente humana quem aprende é a pessoa.
07 – Quando aprende, a pessoa se modifica.
08 – A pessoa se modifica quando muda de comportamento no relacionamento com outras pessoas (alostase social).
09 – Quando a pessoa se modifica, modificam-se necessariamente a topologia e a dinâmica do emaranhado (a rede) onde ela está e é (quer dizer, existe como pessoa).
10 – Quando a pessoa se modifica, criam-se novos mundos sociais (novos emaranhados, novas redes).
11 – Toda aprendizagem tipicamente humana é criativa, não reprodutiva.
12 – O único fundamento da aprendizagem tipicamente humana é a liberdade (que depende da livre-interação entre pessoas).
13 – Toda aprendizagem tipicamente humana é livre-aprendizagem.
14 – A livre-aprendizagem é criativa: é uma criação-entre (alterpoiese).
Na primeira iniciativa vamos fazer comentários sobre cada uma das hipóteses acima, a partir de leituras de sete autores inovadores. A lista inicialmente proposta é:
01. Liev TOLSTOI | Da instrução popular in Obras Pedagógicas (1862)
02. Carl ROGERS | Reflexões pessoais sobre ensinar e aprender in Tornar-se Pessoa (1961)
03. Carl ROGERS | Para além do divisor de águas: onde agora? in Um jeito de ser (1980)
04. John HOLT | Aprendendo o tempo todo (1989)
05. Ivan ILLICH | Sociedade sem escolas (1970)
06. Jiddu KRISHNAMURTI | A mente sem medo (1964)
07. Humberto MATURANA | Conversações Matrísticas e Patriarcais in Amar e Brincar: Fundamentos esquecidos do humano (1993)
08. Humberto MATURANA | Aprendizagem ou deriva ontogênica (1982)
09. George SIEMENS | Conectivismo: uma teoria da aprendizagem para a era digital (2004)
10. George SIEMENS | Uma breve história da aprendizagem em rede (2008)
A primeira iniciativa começa no dia 25 de maio de 2016. Nela as pessoas vão ler os textos propostos e fazer comentários – quando for o caso – às hipóteses da visão interativista (os textos e as hipóteses estão listados acima). Não é necessário comentar todas as hipóteses a partir da leitura de cada texto: só quando o investigador achar que é o caso.
As hipóteses ficarão, cada uma, em uma página separada, com campo aberto para comentários, no ambiente de investigação preparado na plataforma Redes.
A leitura de cada texto terá um mês de prazo. Isso não significa que uma pessoa que se associou depois do início da primeira iniciativa perderá a chance de interagir ou de fazer comentários sobre uma leitura que já passou. Todo o material ficará permanentemente disponível e aberto a comentários.
Ao final de cada mês, porém, haverá uma síntese preliminar dos comentários já realizados, que será publicada na página do texto do mês.
Todos os textos podem ser baixados gratuitamente no ambiente de investigação ao qual os pesquisadores associados terão acesso.
Se você quiser se associar, deve fazer sua assinatura mensal abaixo. Você pode desistir a qualquer momento, mesmo que a primeira iniciativa não tenha chegado ao final.