E o que a nova ciência das redes pode nos dizer sobre isso
Primeiro de janeiro. Passamos agora aos planos para o Ano Novo.
É claro que todo mundo sabe que eles não serão cumpridos. Mas não por falta de vontade, de determinação, de persistência e outras bobagens que habitualmente são ditas sobre as promessas que uma pessoa faz a si mesma, cheias de bons propósitos, resoluções e metas para um novo modo de vida.
Os planos não dão certo porque a vida não é plano e sim processo, fluxo. Uma pessoa que quer mudar de vida deveria “combinar isso antes com os russos”, quer dizer, deveria promover alterações no emaranhado social onde ela está (e é, como pessoa).
Se não mudar a configuração da rede mais próxima de pessoas com as quais uma pessoa interage recorrentemente, não há como acontecer uma mudança de vida. Ou seja, aquela nuvem de interações que acompanha a pessoa deve mudar, seja pela inclusão de novas pessoas, seja pela alteração do tipo de relação estabelecida com cada pessoa que já estava nesse emaranhado.
A forma e o modo como se estabeleceram e se prorrogaram essas relações pregressas tendem a se conservar, não a mudar. Uma pessoa não é um íon social vagando num meio gelatinoso e sim um entroncamento de fluxos. Não é um átomo e sim uma molécula.
Se o desenho das fluições que nos caracterizam não mudar, não há mudança. Se os fluxos interativos da convivência social não mudarem, nada muda.
Se uma pessoa quer realmente mudar – e aqui tomamos uma situação extrema, para tornar mais eloquente o exemplo – basta fazer uma lista das pessoas que interagem recorrentemente com ela (com um grau de separação) e trocá-la por outra lista, com outras pessoas (o que acontecerá, nessa solução radical, se ela se mudar para um país estranho, fizer novos amigos, se dedicar a novas atividades).
Ou, o que é mais factível, basta alterar o tipo de relação estabelecida com essas pessoas: por exemplo, passar a fazer novas coisas com essas pessoas (que podem ser novos empreendimentos sociais, empresariais, políticos etc.).
Estas são apenas indicações para dizer o seguinte: sozinha, uma pessoa não muda. Pessoa já é rede.
DEVEMOS MELHORAR OU MUDAR A EDUCAÇÃO?
Para saber isso vamos conhecer as principais críticas feitas por pensadores da educação e refletir se nossas atividades estão sintonizadas com a mudança que está vindo, em especial agora que a sociedade está ficando mais interativa e com a inteligência artificial que vai se encarregar de muitas das tarefas que sempre foram executadas por nós. Mais um motivo para tentar descobrir quais são as características de uma aprendizagem tipicamente humana, que nunca poderá ser realizada por máquinas ou programas inteligentes.
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