ITINERÁRIO 2 – OBJEÇÕES CORRENTES À DEMOCRACIA: COMO RESPONDÊ-LAS
MÓDULO 1
Este Itinerário 2 é composto pelas perguntas usuais que questionam a democracia. O objetivo é responder às objeções comuns à democracia que permanecem sendo repetidas ad nauseam por autocratas e analfabetos democráticos. O programa completo é composto por trinta questões. Neste Módulo 1 vamos examinar as três primeiras. No Módulo 2 você poderá ver as respostas.
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QUESTÃO 01
01 – Quais os exemplos de países plenamente democráticos? Existem de fato tais países? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)
b) A democracia pretende ser uma forma do governar, mas como todo governo é oligárquico (pois quem de fato governo é sempre uma minoria), nenhum governo pode ser plenamente democrático.
c) Uma verdadeira democracia (diferente das falsas democracias que se encontram por aí), é uma fórmula que, na prática, não consegue ser aplicada em plenitude (sendo o resultado da sua aplicação sempre imperfeito).
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
QUESTÃO 02
02 – Se a democracia é um bom regime político, por que temos tão poucas experiências realmente democráticas? E por que, segundo alguns reconhecidos índices internacionais, apenas algumas poucas dezenas de países – em quase 200 – podem ser considerados plenamente democráticos? E, ainda, por que a maioria da população do planeta nunca viveu sob regimes democráticos? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)
a) A pergunta já começa com uma profissão de fé: a de que a democracia é um bom regime político. Bom para quem? Se perguntarmos a uma população que vive bem cuidada por um déspota esclarecido, por um senhor bondoso, que lhe dá “casa, comida e roupa lavada”, talvez a maioria não deseje trocar seu regime autocrático por uma democracia.
b) Não temos tão poucos regimes democráticos no mundo. Desde 2006 até 2014 o número de democracias eleitorais oscilou entre 114 e 119 (cerca de 60% dos Estados-nações do mundo). Em 2017 (segundo dados do V-Dem Institute) tínhamos 94 regimes democráticos no mundo (ainda que 150 realizassem eleições para escolha de governantes e legisladores).
c) A palavra “realmente” está mal empregada na pergunta. Dá a impressão de que existem democracias que não são reais (democracias irreais). Todos os regimes democráticos são regimes democráticos realmente existentes. Outra coisa seria perguntar por que não temos mais países satisfatoriamente democráticos (com altos graus de democratização).
d) Segundo o relatório 2018 do V-Dem Institute (Department of Political Science, University of Gothenburg), tínhamos 39 democracias liberais e 55 democracias eleitorais. Para quem deseja viver em uma democracia, todos esses 94 regimes democráticos são preferíveis aos não-democráticos: as 56 autocracias eleitorais e as 27 autocracias fechadas.
e) Não temos regimes mais satisfatoriamente democráticos (democracias liberais) porque não ocorreram processos de democratização (na verdade, de desconstituição de autocracia) bem-sucedidos em mais países, ainda que o número total de democracias (preferíveis às autocracias, para quem deseja a democracia) se aproxime de 100 em qualquer ranking.
f) Nenhuma das alternativas anteriores.
QUESTÃO 03
03 – Quais são os critérios para saber se um regime é democrático? Se esses critérios não são inequívocos, cada qual adotando os indicadores que mais se ajustam à sua visão de mundo, a democracia não se reduz apenas a um discurso legitimatório do tipo de regime que se quer manter ou alcançar? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)
a) Existem indicadores – reconhecidos internacionalmente – que compõem os índices de democracia dos principais institutos que monitoram a democracia no mundo (por exemplo, a Freedom House considera dois indicadores básicos: Direitos Políticos e Liberdades Civis; a Economist Intelligence Unit considera cinco indicadores: Processo Eleitoral e Pluralismo, Funcionamento do Governo, Participação Política, Cultura Política e Liberdades Civis). Os resultados da aplicação desses diferentes indicadores costumam se aproximar – o que corrobora que eles estão medindo realmente, ainda que com diferenças importantes – o grau de democratização dos países onde são aplicados.
b) Os indicadores adotados pela quase totalidade das instituições que monitoram a democracia no mundo avaliam razoavelmente a democracia como modo político de administração dos Estados-nações, mas muito imperfeitamente o grau de democratização das sociedades.
c) Sim, os indicadores de democracia são feitos para valorizar e legitimar os regimes que se quer manter (os liberais). Cuba e Venezuela, por exemplo, são sempre colocadas nos últimos lugares dos rankings mundiais de democracia porque não são regimes liberais.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
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