Itinerário 1 – Módulo 7 – Fahrenheit 451

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Ray Bradbury (1920-2012) – um escritor americano de ficção científica – escreveu Fahrenheit 451 em 1953, três anos após a publicação do excelente Crônicas Marcianas (The Martian Chronicles). Mas tudo indica que Fahrenheit 451 foi seu preferido pois, a seu pedido, a sua lápide funerária no cemitério Westwood Village Memorial Park, contém o epitáfio: «Autor de Fahrenheit 451».

O verbete da Wikipedia sobre Fahrenheit 451 é bem razoável. Abaixo seguem excertos.

“O conceito inicial do livro começou em 1947 com o conto “Bright Phoenix” (que só seria publicado na revista Magazine of Fantasy and Science Fiction em 1963). O conto original foi reformulado na novela The Fireman, e publicada na edição de fevereiro de 1951 da revista Galaxy Science Fiction. A novela também teve seus capítulos publicados entre março e maio de 1954 em edições da revista Playboy. Escrito nos anos iniciais da Guerra Fria, o livro é uma crítica ao que Bradbury viu como uma crescente e disfuncional sociedade americana.

O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como “bombeiro” (o que na história significa “queimador de livro”). O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius…

O romance reflete importantes temas inquietantes da época de sua escrita, deixando muitos interpretarem diferentemente do que pretendia Bradbury. Entre os temas atribuídos para o romance, o que Bradbury chamou de “força destruidora de pensamentos” da censura nos anos 50, os incêndios de livros na Alemanha Nazista que começaram em 1933 e as horríveis consequências da explosão de uma arma nuclear:

“Eu quis dizer qualquer espécie de tirania, em qualquer parte do mundo, a qualquer hora, na direita, na esquerda ou no centro”.

Uma circunstância particularmente irônica é que, sem o conhecimento de Ray Bradbury, foi publicado uma edição censurada em 1967, omitindo as palavras “droga” e “inferno”, para a distribuição em escolas”.

Baixe e leia o livro de Ray Bradbury: Farenheit 451 Ray Bradbury 1953

Atenção: colocar aqui um google form embedado.

ITINERÁRIO 1 – QUESTÕES DO MÓDULO 7

Escreva aqui o seu nome completo: ______________________________________

Escreva aqui a data em que você enviou este questionário: _____________

QUESTÃO 01

01 – Afinal, que tipo de sociedade a distopia Fahrenheit 451 de Bradbury quis retratar? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) Escrito nos anos iniciais da guerra fria, o livro é uma crítica ao que Bradbury viu como uma disfuncionalidade da sociedade americana engolfada já pela indústria cultural e pela TV.

b) Nas suas próprias palavras, ele quis retratar “qualquer espécie de tirania, em qualquer parte do mundo, a qualquer hora, na direita, na esquerda ou no centro”.

c) O livro é apenas o resultado do desenvolvimento literário de um conjunto de ideias vagas sobre a força destruidora de pensamentos, sobre a censura dos anos 50, os incêndios de livros na Alemanha nazista e as horríveis consequências da guerra.

d) Nenhuma das alternativas anteriores.

QUESTÃO 02

02 – Que tipo de sociedade havia no mundo de Fahrenheit 451 de Bradbury?  (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) Não havia propriamente sociedade civil e sim famílias de indivíduos massificados morando em casas confortáveis de um subúrbio americano (tipo New Jersey) que se reuniam não para interagir livremente e sim para assistir à TV.

b) Uma sociedade de controle, totalmente dirigida pelo Estado, na qual os indivíduos atuam inclusive como agentes de segurança, como revela o trecho da transmissão radiofônica da polícia política do regime: “A polícia recomenda que toda a população da área de Elm Terrace faço o seguinte: cada pessoa em cada casa de cada rua deve abrir a porta da frente ou dos fundos ou olhar pelas janelas. O fugitivo [Montag] não conseguirá escapar se todos no próximo minuto olharem de suas casas. Preparem-se!”

c) Não havia sociedade porque não havia espaço público (comum) a não ser como conduto entre espaços privados (residências e locais de trabalho).

d) Nenhuma das alternativas anteriores.

QUESTÃO 03

03 – Afinal, Fahrenheit 451 é um livro sobre a queima de livros (como símbolo da censura ao livre-pensamento) ou sobre a guerra (como organizadora de cosmos sociais autocráticos)? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) É um livro sobre a queima de livros como uma das medidas para evitar o livre-pensamento.

b) A queima de livro é uma representação simbólica da falta de liberdade de opinião.

c) É um livro sobre a guerra, tanto é assim que o personagem Granger, representante dos homens-livros (ou homens-livres) aos quais Montag se junta ao final do romance, diz: “Somos a minoria excêntrica que clama no deserto. Quando a guerra terminar, talvez possamos ser de alguma valia para o mundo”. E em seguida reafirma: “E quando a guerra terminar, algum dia, algum ano, os livros poderão ser escritos novamente, as pessoas serão convocadas, uma a uma, para recitarem o que sabem, e os imprimiremos novamente até a próxima Idade das Trevas, quando poderemos ter de começar tudo de novo”. E mais uma vez reitera: “E algum dia a lembrança será tão intensa que construiremos a maior escavadeira da história e cavaremos o maior túmulo de todos os tempos e nele jogaremos e enterraremos a guerra”.

d) É um livro sobre a guerra no sentido de que um regime autocrático como o descrito por Bradbury não poderia ser erigido e nem mantido sem guerra (ainda que o autor não entre em detalhes sobre o assunto).

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

QUESTÃO 04

04 – Quais indicadores de um modo de regulação autocrático podem ser percebidos no mundo descrito por Ray Bradbury em Fahrenheit 451? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) A felicidade colocada como ideal supremo (em detrimento da liberdade) e como satisfação de todas as expectativas dos indivíduos. Como afirmou Beatty, o insólito chefe dos bombeiros: ” – Você precisa entender que nossa civilização é tão vasta que não podemos permitir que nossas minorias sejam transtornadas e agitadas. Pergunte a si mesmo: o que queremos neste país, acima de tudo? As pessoas querem ser felizes, não é certo?”. E, em outra passagem: ” – Aqui vamos nós para manter o mundo feliz, Montag!”.

b) A aversão (e a demonização) do caos social, avaliado como sinistro (“Fique com os bombeiros Montag. Tudo o mais não passa de um caos sinistro” – disse Beatty) e os fatores que pudessem introduzir o caos (como os livros, representando a pluralidade de pensamento e, sobretudo, a dúvida – que significam as trevas a impureza) deveriam ser incinerados (sublimados): “Queime tudo, queime tudo – diz Beatty. O fogo é luminoso e o fogo é limpo”.

c) A inexistência de uma sociedade civil (havia apenas uma população de indivíduos) ou a existência de uma sociedade do broadcasting controlado pelo Estado com baixíssimos graus de interatividade.

d) A ausência de política (politics), havendo apenas as policies estatais construídas e executadas de maneira centralizada e autocrática.

e) A existência de uma programação estatal autocrática, sobretudo repassada pelo broadcasting (as pessoas assistiam a mais de quatro horas, talvez diárias, de filmes educativos nas TVs gigantes instaladas em todos os lugares). O mundo de Fahrenheit 451 era uma espécie de Matrix, como ilustra o seguinte diálogo entre Clarice e Montag: ” – As pessoas não conversam sobre nada – disse Clarice. – Ah, elas devem falar de alguma coisa! – retrucou Montag. – Não, de nada – continuou Clarice. O que mais falam é de marcas de carros ou roupas ou piscinas e dizem: ‘Que legal!’ Mas todos dizem a mesma coisa e ninguém diz nada diferente de ninguém”.

f) Nenhuma das alternativas anteriores.

QUESTÃO 05

05 – Existem paralelos que poderíamos traçar entre os cotidianos sociais retratados no livro de Bradbury e o nosso? (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) Não. A distopia criada por Bradbury não se realiza em nenhum aspecto do nosso atual cotidiano.

b) Sim, como por exemplo a superficialidade dos relacionamentos entre as pessoas – até mesmo no ambiente familiar. A obra exagera esse aspecto, mostrando como o casal não interage verdadeiramente em nenhuma ocasião.

c) Sim, como por exemplo nos obstáculos à interação provocados por tecnologias de comunicação predominantemente do tipo “broadcasting”. Bradbury chega a antecipar em várias décadas a criação dos grandes aparelhos de TV planos e “interativos” e os receptores/reprodutores do tipo “walkman”, “iPod”, etc.

d) Sim, como por exemplo o desenvolvimento de uma “sociedade do espetáculo e do entretenimento”, onde assuntos absolutamente superficiais (como os tratados na “novela interativa” da qual Mildred participa) e os assuntos mais sérios (como a fuga do traidor Montag) são tratados no mesmo tom de “show televisivo”.

e) Nenhuma das alternativas acima.

QUESTÃO 06

06 – Embora Ray Bradbury seja classificado geralmente como um autor de “ficção científica”, ele se caracterizou por criar personagens extremamente humanos, que são o centro de todos os seus enredos. Sobre os principais protagonistas do Fahrenheit 451, podemos dizer que: (Atenção: você pode marcar mais de uma alternativa)

a) O Capitão Beatty é o agente repressor que representa a ideologia autocrática da sociedade distópica do Fahrenheit 451. Mesmo conhecendo a história do desenvolvimento daquela sociedade (diferente da quase totalidade da população), se convence de que ela era a ideal. Podemos encontrar correspondência de Beatty com outros personagens que já vimos em outras distopias, como o Mustapha Mond – no Admirável Mundo Novo – e o O’Brien – no 1984.

b) Clarisse McClellan – uma adolescente sensível curiosa e questionadora – personifica o desejo de liberdade, a possibilidade de compreensão e transformação social a partir de uma perspectiva humanizante: o relacionamento sincero e livre entre as pessoas.

c) Mildred Montag é a pessoa individualizada. Representa “o povo”, ou seja, a massa alienada do livre pensar e da convivência humana.

d) Granger representa a rede formada pelos marginais livre-pensantes daquela sociedade: ex-intelectuais que perderam sua função – como filósofos, literatos, escritores e pesquisadores – assim como outras pessoas que não desistiram ou descobriram a liberdade de pensamento, como Montag.

e) Guy Montag representa um homem comum que percebe, a partir da sua própria insatisfação e o contato com Clarisse, a opressão social da qual é agente, mas a que também está sujeito.

f) Nenhuma das alternativas acima.


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